Tratamento de lesões pré-malignas do colo uterino por cirurgia de alta frequência
- carolinacorsini7
- 20 de jan. de 2017
- 2 min de leitura
A cirurgia de alta frequência (CAF) é uma das opções de tratamento para alguns tipos de lesão HPV dependentes.
É um procedimento de baixa complexidade, que pode ser realizado em ambiente ambulatorial (consultório) ou em centro cirúrgico. O bisturi de alta frequência vem acoplado com diversos tipos de alças e ponteiras que são escolhidas de acordo com a localização e extensão da lesão (Figura 1).
Figura 1 – alças do bisturi de alta frequência

Fonte: http://www.cimed.com.br/bisturi.htm
Os procedimentos mais realizados em ginecologia com este tipo de aparelho são:
exérese da zona de transformação do colo uterino (EZT ou LLETZ - Large Loop Excison of the Transformation Zone ) – retirada da parte mais superficial do colo, onde normalmente se localizam as lesões.
cauterização ou exérese de lesões pré malignas de colo, vulva ou vagina.
cauterização ou exérese de condilomas localizados no colo, vulva ou vagina.
A
exérese da zona de transformação por CAF
(Figura 2) é uma cirurgia amplamente utilizada no tratamento das lesões intraepiteliais cervicais de alto grau por ser uma alternativa segura e mais conservadora em relação à conização clássica.
Na EZT, a parte mais superficial do colo uterino é retirada com alça acoplada ao bisturi de alta frequência. O procedimento deve ser sempre realizado sob visão colposcópica, assegurando a retirada da lesão com margem de segurança (aproximadamente 5mm). Ao mesmo tempo que retira a peça, a alça cirúrgica cauteriza o leito do colo uterino, promovendo melhor controle de sangramento intraoperatório. Após a retirada da peça, é realizada a eletrocoagulação dos vasos sanguíneos. A cauterização do leito cirúrgico promove ainda melhor controle da doença, minimizando o risco de recidiva da lesão, uma vez que ela trata uma possível doença residual.
Figura 2 – exérese da zona de transformação do colo uterino por CAF

Fonte: http://charlessouza.site.med.br
O procedimento é realizado em cerca de 30 minutos e normalmente a paciente é liberada para casa logo depois. O pós-operatório geralmente é tranquilo, podendo ocorrer cólicas leves a moderadas e sangramento discreto. A abstinência sexual é geralmente recomendada por 30 dias. Após o procedimento, o seguimento da paciente é determinado pelo resultado anátomo-patológico da peça cirúrgica e da pesquisa de HPV, de acordo com as Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer de Colo do Útero - 2016 (http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/DDiretrizes_para_o_Rastreamento_do_cancer_do_colo_do_utero_2016_corrigido.pdf). A EZT pode ser indicada para a maioria das lesões pré-malignas de colo uterino, no entanto, ela apresenta algumas contra-indicações, como as lesões pré-malignas do tipo glandulares, entre outras. O manejo da doença e a realização do procedimento devem ser sempre realizados por profissional experiente. Dra. Carolina Corsini Ginecologista e Obstetra – HPV CRM-SP: 10968
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